Talvez a folha verde de onda em onda
De Vasco Costa Marques
Talvez a folha verde de onda em onda
Talvez as pedras sobre os tectos meigos
Rebelassem o ácido dos frutos
Talvez as pedras sobre os tectos meigos
Rebelassem o ácido dos frutos
Lado a lado com esses vastos rios
De som nocturno e turvo tumultuoso
De incógnitos cadáveres suspeitados
«Que inaudito instrumento que oceano
Vestiria do som do seu veludo
As asas e o silêncio com que buscas
Os descarnados ramos
Pelas manhãs de grades enubladas
Não o sei eu que de rios tortuosos
Tenho enchido o teu lenço e os recantos
Dos bichos subterrâneos
Não o sei eu que trago fios de pântanos
Nos olhos
E vou pisando o sol desfeito nos taludes
Não o sei eu
Mas basta que repouses
Sob a delgada sombra que te aguarda»
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