Omar Khayyam
(Sec. XI)
Já nada me interessa. Levanta-te e dá-me vinho!
Esta noite, a tua boca é a mais bela rosa do universo...
Vinho! Que ele seja rubro como as tuas faces
e os meus remorsos tão leves como os anéis da tua cabeleira.
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Na Primavera, gosto de me sentar na orla de um campo florido.
E, quando uma bela rapariga me traz uma taça de vinho,
não me importa nada a minha salvação.
Se eu tivesse essa preocupação, valeria menos que um cão.
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Silêncio, ó minha dor!
Deixa-me procurar um remédio.
É preciso que eu continue a viver,
porque os mortos não têm memória.
E eu quero rever sem cessar a minha bem-amada.
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Numa taberna, pedi a um velho
que me informasse sobre aqueles que morreram.
Respondeu-me:
«Não voltarão. É tudo o que sei. Bebe vinho!»
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