De recusa em recusa porta em porta

De Vasco Costa Marques
De recusa em recusa porta em porta
em longos patamares se esvaziam

Fracos os sons que passam nas cortinas
sedimentam nos móveis desfalecem

Um recanto cansado onde a cabeça
pende no fim da tarde os olhos líquidos

Crescem já sobre o corpo as longas folhas
frescas e longas folhas vidro froixo

Trémulo pairo o chão arde na boca
meus irnãos desfocados fome mútua
só saciada quanta vez em cinza.

1 comentário:

Felipe Costa Marques disse...

De recusa em recusa de porta em porta
longos patamares se esvaziam

Adorei o Poeta, xará de sobrenome e do meu time de futebol! Rs!

Bjs e Abs