"Jardins de guerra"
1966
1966
Casimiro de Brito
Descobrimos a ilusão do tempo,
a possibilidade
de controlar
a respiração das estrelas.
De colar o corpo, de prolongá-lo
harmoniosamente
pelas coisas vivas.
Descobrimos a morte no pleno ofício
do seu movimento. Os pássaros que voam
no coração das pedras. O exílio da luz
na polpa dos frutos. O corpo que se recusa
ao próprio corpo.
Descobrimos o crime em cada pulso (arquipélago)
da natureza —
descobrimos o amor, descobrimos a morte
na liberdade do crime.
Sem comentários:
Enviar um comentário