Mar de Tormentas planas

De Vasco Costa Marques
Mar de Tormentas planas
mar voraz
os afogados pendem de oliveiras
e o branco dos cascos sempre inertes
lembram algumas estrofes de Luís Vaz
na calma
cardos flutuam
como sargaços no ar que ondula
quase escondem monstros e sereias
a fome e a sede estreme
em pão e água
eucaristia magra
sem conduto
de um deus amnésico
que criou o Alentejo
sem porquê se lembrar julgando
agora que talvez
talvez que haja virtude
nas miragens de mar
com que se ilude

1 comentário:

Emilene Lopes disse...

Bela poesia...mas cofesso que não conhecia esse poeta de bela escrita...Obrigado por me apresentá-lo.
Bjs
Mila