Quando nos servem a água de um jarro


"A nova poesia brasileira"
(Antologia Publicada em Lisboa / 1960)
José Paulo Moreira da Fonseca


Quando nos servem a água de um jarro
o gesto é claro, é antigo e perfeito
como o das mulheres bíblicas,
aquelas serenas mulheres
que na beira de uma fonte
não recusavam a Eliezer ou Tobias
a límpida linfa de seus cântaros.
E é hoje ainda a mesma água que flue,
é hoje a mesma sede nossa,
é a mesma Jerusalém que se busca
pelos caminhos da terra.

Sem comentários: