Eram duas nascentes separadas

De Vasco Costa Marques
Eram duas nascentes separadas
Só a terra comum e o desespero

«Quantos fantasmas indomados mordem
As raízes dos dias no teu seio
E silêncios em íntima harmonia
Bóiam nas águas lentas destas horas

Quanta trágica seiva derramada
Na penumbra das casas opressoras
Perdendo-se por frestas invisíveis

Onde o destino amiga onde a palavra
Onde as lágrimas sim lágrimas onde
Insólitas de raiva e compromisso
Na nossa mútua destroçada carne»

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