Bem no alto dos muros despovoados

De Vasco Costa Marques
Bem no alto dos muros despovoados
martelando tijolos com palavras
dormimos sobre as pedras sobre a erva
rala que se insinua nas ruínas

De dia erguemos sons metálicos As aves
debandam sobre os braços acenando
Surgem recantos doces entre escombros
uma cadeira um rosto manchas claras

Estruturas libertas nos envolvem
Um deserto de bruma infiltra impõe
uma língua amorosa contra os dentes

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