1961
CARLOS LOURES
Lisboa 57
Morreu naquela hora
em que a melancolia vem dançar à rua
em que a ânsia de sofrer é mais forte
em que a estranha nostalgia da morte
vem envolta no mistério da penumbra
Morreu naquela hora decisiva
em que a noite começa no ritmo colorido do néon
e o dia acaba no sangue do sol tingindo o rio
… … … …
Agora já não quer mais nada
a não ser esta certeza de não querer mais nada
a amargura duma gentil imagem
e a frescura dum corpo eternamente ausente.
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