O rosto esquivo ri do rosto esquife.

De Vasco Costa Marques
O rosto esquivo ri do rosto esquife.
E uma velhinha morre, um herói endurece,
uma moça solteira e prenhe desfalece,
um romancista vai pra Tenerife.

E há o caso do Rhur, há o caso do Rife,
e o da bomba «lavada» que arrefece,
e o poeta que diz que não é desses
só porque pode dar chatice.

Muito cumprimentado, aliás, o poema «If»,
na Casa do Pessoal, dignamente, apodrece,
e o modelo Packard para o ano adormece
sempre a pensar no preço CIF.

E, claro, amor, a nossa carolice
não espera nunca que o mau tempo cesse:
vamos de mãos nas mãos, correndo... e a gente aquece
e ri-se.

Sem comentários: