Foram vertendo cuidadosamente

De Vasco Costa Marques
Foram vertendo cuidadosamente
Sobre a própria sombra um ácido
Que deixou nódoas salgadas
Nos lençóis abandonados

De gota a gota de cinzas
As suas mãos transbordaram
Da intimidade da morte

«E as palavras como foram únicas
E batidas de ventos e insubmissas

Seu azeite forrou muitas vezes os dias
Com simulacros de águas e campinas

Não sei se te recordas do teu nome
Havia uma árvore seca e a forma do teu corpo
Nós cruzámos os rios
Para estarmos calados»

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