De Vasco Costa Marques
Era um gasto jardim com asas rotas
No fumo azul da tarde nem a brasa de um grito
Rebelava no peito o apodrecido fogo
Todo um muro perfeito o afogava nos dedos
Resistir foi apenas o silêncio
«Vais como rosa solta
Sobre a poeira acumulada
Dois lagos habituados à vigília
Dois lagos lentamente despovoando-se
Beijam a par e passo os teus percalços
Foi-se empalidecendo o brilho das janelas
O silêncio é um gato preto
Adormecido há muito no teu colo»
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